Mike Parsons
e Jeremy Westcott
Virando a lei de cabeça para baixo
Sempre que Deus faz algo novo, ele desafia o que já existe, porque estamos muito familiarizados com as velhas maneiras de pensar e fazer as coisas.
Quando Jesus veio desafiando todas as normas religiosas, Ele foi rejeitado pelas pessoas e instituições religiosas de seu tempo. Ele trouxe uma nova perspectiva radical, reinterpretando completamente as escrituras do Antigo Testamento e revelando a verdade por trás delas. Ele disse coisas como “o sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado”, virando a lei externa de cabeça para baixo, tornando-a algo que deveria ser usado para as pessoas ao invés de controlá-las ou restringi-las. A religião tem tudo a ver com manter as pessoas restritas e sob controle, então isso nunca iria ser algo bom para a elite religiosa. Eles rapidamente decidiram acabar com Ele porque perceberam que o futuro de todo o sistema religioso do qual dependiam estava ameaçado.
No Sermão da Montanha, repetidas vezes Ele disse “Vocês ouviram o que foi dito… mas eu lhes digo…”, mudando o foco da observância religiosa externa para o que realmente acontece em nossos corações. É verdade que Ele não veio para abolir a Lei e os Profetas, Ele veio para cumpri-los – mas de uma forma totalmente inesperada, no contexto do relacionamento – amor – e não no legalismo e dever religioso. Para as pessoas religiosas, educadas para guardar todas as pequenas regras e regulamentos, ouvir que o mais importante era amar o Senhor com todo o seu coração, alma, mente e força era diferente de tudo o que haviam conhececido.
Seus novos valores e novos ideais do reino desafiaram todas essas perspectivas legalistas externas. Esta foi uma revolução de amor, onde o Rei veio para servir e não para ser servido, demonstrando um modelo inteiramente novo de liderança e autoridade que não tinha nada a ver com hierarquia e controle.
Jesus deu aos fariseus, saduceus e mestres da Lei todas as oportunidades para deixar de lado suas noções preconcebidas e segui-Lo, mas a maioria deles não conseguiu deixar de ser ofendido e ameaçado por Sua demolição dos fundamentos de seu mundo. Em última análise, essas estruturas religiosas foram varridas em 70 dC, e aqueles que estavam determinados a defendê-las tiveram um fim violento nas mãos do exército romano. Custou-lhes a vida, enquanto aqueles que abraçaram o novo e se tornaram discípulos atenderam ao aviso de Jesus e deixaram a cidade.
Novos odres para vinho novo
“Ninguém deita remendo de pano novo em roupa velha, porque semelhante remendo rompe a roupa, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam.” (Mat 9:16-17).
A velha ordem estava chegando ao fim. Devia haver algo novo, algo diferente do antigo ritual religioso de trazer sacrifícios ao Templo. Esta questão de odres novos para vinho novo é algo que já falamos antes e precisamos estar continuamente cientes porque na mentalidade religiosa há uma tendência enorme de voltar ao odre velho.
O odre da Antiga Aliança era um templo, uma cidade, uma nação; um rei, um sacerdócio terreno de uma tribo (levitas) e um sumo sacerdote de uma família (de Arão).
Tal sistema mediador impede que as pessoas acessem a Deus por si mesmas: somente os sacerdotes podiam entrar no tabernáculo e somente o Sumo Sacerdote podia entrar no Santo dos Santos, e isso apenas uma vez por ano. Isso encoraja um modelo de liderança “de cima para baixo” que é exatamente o oposto do exemplo de coração servo de Jesus. E ainda está operando hoje onde quer que vejamos divisão entre clérigos e leigos, e de uma forma mais sutil, onde os membros da família herdam posições religiosas de geração em geração. Se as pessoas forem artificialmente restritas, isso as impedirá de cumprir seu destino.
Tabernáculo de Davi
Uma pessoa no Antigo Testamento teve um vislumbre do novo e, como precursor, o adotou antes do tempo, pelo menos por um tempo. No tabernáculo de Davi havia acesso aberto a arca da aliança e a Presença de Deus na adoração, e quando você lê o que eles faziam naqueles dias é uma coisa incrível quando você considera o que a Lei prescrevia. Eu nunca entendi realmente como eles poderiam voltar a colocar Deus em uma caixa – talvez seja a prova da força dessa mentalidade religiosa novamente – mas o fato é que eles logo voltaram ao ciclo de sacrifício e ritual em um novo templo.
Sacerdotes reais celestiais
Na nova aliança, somos todos sacerdotes reais celestiais. Cada um de nós é um odre novo, uma casa de Deus e uma porta de entrada para o céu. Operamos do céu e somos a nação, a cidade e o templo. Deus está em nós e nós estamos nele. Na antiga aliança o Espírito Santo veio sobre profetas, sacerdotes e reis, mas agora Ele habita em nós. Todos nós temos acesso como sacerdotes da ordem celestial de Melquisedeque, não da ordem terrena Aarônica: quando a antiga aliança se tornou obsoleta, todas as funções e papéis sacerdotais anteriores chegaram ao fim com ela.
Cada um de nós tem um destino, uma realização terrena e celestial do reino de Deus e Seu governo. Cada um de nós é um reflexo das quatro faces de Deus, a real, profética, sacerdotal e apostólica, expressa e executada nas proporções adequadas para cumprir esse destino.
Um projeto celestial
Somos um novo odre também no sentido corporativo. Os indivíduos podem se reunir em torno de um projeto celestial como pedras vivas, sendo edificados juntos sobre um fundamento que reflete o governo do céu: liderança que ensina os fundamentos, serve as pessoas, e as libera em seu destino, em vez de impor coberturas mediadoras, restringindo o acesso a Deus e aos reinos do céu.
Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina (Ef 2:20).
Ekklesia
“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (Mat 16:18-19).
Eu uso cada vez mais a palavra grega ‘ekklesia’ porque a palavra ‘igreja’ carrega muita bagagem em nosso pensamento. As estruturas e instituições do que é conhecido como “igreja” são principalmente construções feitas pelo homem baseadas em odres velhos. Elas tendem a se parecer com a antiga aliança e não com a nova. E isso não é apenas uma falha das denominações e de suas ramificações – mesmo em igrejas independentes como a Freedom, fizemos o mesmo no passado: nenhum conhecia algo melhor.
Hoje Jesus está construindo Sua ekklesia com pedras vivas de todas as formas e tamanhos. Portanto, todas as ekklesias locais serão diferentes, dependendo das pedras vivas construídas nelas usando o projeto que Deus dá. Não podemos produzir uma fórmula ou um modelo que apenas duplicamos. No próximo post veremos as características de uma nova ordem ekklesia, mas por enquanto vamos apenas concordar com isso: qualquer coisa que não tenha um fundamento que seja reflexo do que está no céu é um odre velho.
Este post do blog é adaptado do ensinamento de Mike no programa de assinatura ‘Engaging God‘ [apenas em inglês].
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Artigo original em inglês: 234. Revolution of Love